Ainda sobre o estadual do RJ e as transmissões do fim de semana.
Rodrigo Capelo: O caos das transmissões
No Rio, partidas são exibidas com imagem de baixa qualidade, gafes na cobertura e até perda de sinal
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No momento em que decidiram "revolucionar" o negócio dos direitos de transmissão no futebol brasileiro, em meados de 2020, dirigentes criaram narrativas atrativas, baseadas em princípios nobres. "Democratização", "fim do monopólio" e "desintermediação" foram três termos muito repetidos pelas cabeças. Disseram que o torcedor ganharia com a mudança.
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Não estávamos, no Brasil, desalinhados das ambições internacionais. O streaming passou para todo mundo a impressão de que o fã teria mais opções para assistir ao futebol. Medidas antitruste foram adotadas por vários países para impedir a concentração de campeonatos em apenas uma emissora. Todos os mercados têm tentado se adaptar à nova era da transmissão.
Passado um ano e meio de algumas mudanças, vejamos como está a vida do brasileiro. Um torcedor que queira acompanhar o Campeonato Carioca, por exemplo, tem dificuldade para descobrir onde a partida vai passar. A Record transmite um jogo por rodada na TV aberta; a federação estadual e o Flamengo têm seus canais próprios. Também há transmissões em canais de streamers e de empresas em YouTube e Twitch. No total, sete ou oito alternativas.
Todas as opções descritas no último parágrafo servem apenas para o estadual fluminense. Se o torcedor quiser acompanhar a trajetória do clube em outras competições estaduais, nacionais e continentais, precisará acrescentar à agenda Globo e SBT na televisão aberta, ESPN e SporTV na fechada, Amazon no streaming, além dos canais de confederações e outros clubes. A soma de todos esses pacotes pode acabar em valor maior do que o que estava habituado a pagar.
Além da hiperfragmentação dos direitos, houve diminuição significativa da qualidade da transmissão. No Rio de Janeiro, partidas são exibidas com imagem de baixa qualidade, gafes na cobertura e até perda de sinal. Torcedores de Flamengo e Vasco, no último fim de semana, não conseguiram sequer assistir aos jogos inteiros. A Ferj, responsável pela bagunça, se desculpa em comunicado, mas tenta empurrar a "culpa" para parceiros diretos e indiretos.
Perdas de sinais, quando pontuais, podem ser explicadas por falhas técnicas, às quais qualquer empresa no mundo está sujeita. Mas o problema é mais grave. Federação e clubes resolveram economizar nos custos de produção, distribuição e edição do conteúdo. Em 2021, foram necessários R$ 6,4 milhões no Carioca. Em 2022, esse valor caiu para R$ 3,8 milhões. É inegável que a qualidade do produto seria maior se houvesse mais dinheiro na mesa.
Este é o ponto em que o futebol brasileiro diverge das práticas internacionais. Em vez de tratar da transição de modelo de maneira coletiva e organizada, por meio de liga, cada clube e cada federação faz o que bem entende. Em termos de qualidade, ligas europeias também assumiram a responsabilidade de produzir a transmissão, no lugar de emissoras tradicionais. Mas europeus sabem da relevância de cuidar do produto. Dirigente brasileiro só quer dinheiro.
Campeonatos estaduais foram jogados num ciclo perverso. Eles geram pouca receita, porque são ruins. Sem dinheiro, custos e investimentos são reduzidos. O produto piora e frustra o torcedor. Não é surpresa que surjam ainda menos receitas. A questão é se dirigentes aprenderão com o caos em tempo para a negociação do Brasileiro - que está prestes a começar. Em vez de prometer revolução, fazer o básico bem-feito já seria um avanço.
GLOBOOOOOOOOOOO, volta aquiiiiiiiiii, kkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Brincadeiras a parte, sabemos que uma Band, SBT ou Record tem também capacidade técnica de fazer boas transmissões.
O problema é que entregaram boa parte dos estaduais para empresas que não são do ramo. Daí só poderia dar M.
Ontem não consegui assistir o final do jogo Botafogo x Fluminense na record pela Oi tv. No final do jogo meu canal 613 record alternativo mudou para o canal 9 e ficou com o jogo Sao Paulo x Corinthians. Qual razão disso? Em alguma outra operadora acontece isso?
Sem contar com a Libertadores que várias empresas vão transmitir e vai ser difícil asssitir a todos os jogos do clube
A Record queria fazer os dois jogos finais ao vivo, numa dobradinha em rede nacional. Seria domingo, 16:00 (Carioca) e domingo, 18:30 (Paulista).
Mas partidas pelas Libertadores dos clubes envolvidos geraram uma mudança de planos, agora com o Carioca sendo no sábado (possivelmente de noite) e o Paulistão no domingo, 16:00.
Pq amigo, na oi tv tem globo de varios estados, ja record que tem, eu acredito que é record de sao paulo por isso so poderiam passar os jogos do paulistão em vez do carioca
Isso que ocorreu com ele da Record mudar para o jogo do Paulista, já aconteceu semelhante comigo na Sky, (acho que era um canal alternativo) é pura incompetencia, eles deixam um horário programado, tipo na hora exata muda o sinal, tudo programado, mesmo que tenha atrasado o jogo, algo nesse sentido.
Um exemplo (parecido) disso: A anos atrás, não tinha os premieres em HD, mas já tinha Sportv HD, então quando passava jogo do teu time em casa, tu só podia ver no Premiere, digamos que das 16 as 18 a emissora direcionava ao sinal alternativo do Sportv (um jogo em vt, em SD). Aos 40 do segundo tempo, o narrador anunciava que o jogo estava liberado para todo Brasil inclusive no Sportv, tu trocava para o Sportv e ele te direcionava para o alternativo (SD) novamente, mesmo que já estivesse passando o teu jogo, pq ainda faltava 10 minutos para as 18 hs. Ainda acontece, mas agora é tudo em HD mesmo.
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